O que é melhor: tempo de qualidade ou tempo em quantidade?

Qualidade x Quantidade

Acelerar a velocidade dos áudios causou um verdadeiro frisson nos usuários do WhatsApp. Boa parte das pessoas agradeceu por não precisarem mais “perder tempo” ouvindo conversas longas (monólogos) em áudios com mais de 30 segundos. Escutar na velocidade 1,5x ou 2x é um caminho sem volta, afinal, quanto menor o tempo escutando algo, mais tempo de qualidade ou em quantidade temos para fazer outra coisa, certo? 

“Nunca foi assim, por que que agora tá?”. A Tânia tem razão, não éramos assim, não tínhamos a pressa que temos hoje e nem mesmo usávamos com frequência a justificativa “Não quero perder tempo” sem nenhuma intimação ou culpa por escutarmos os áudios no modo acelerado, independente de quem seja a voz do outro lado do telefone. E se eu pudesse apostar, diria que você também gostaria de ter essa função na vida offline para utilizar em determinadas situações e com determinadas pessoas.

A opção do Whatsapp de acelerar as conversas reforça um sentimento que está presente nas sociedades modernas: a escassez de tempo. Vive-se correndo para tudo, com tempo determinado para tarefas, com horário específico definido para o que sobrar. O resultado no fim do dia é que continuamos sem tempo e com a sensação de que não fizemos o bastante.

Muitos dos meus mentorados, logo no início do processo de mentoria de gestão do tempo e produtividade, confessam que gostariam que o dia tivesse mais horas para poderem realizar mais coisas e com mais qualidade. Depois de escutar diversos relatos como esse, comecei a perceber que muitas pessoas misturam o significado de tempo de quantidade com tempo de qualidade e acham que se o dia tiver mais de 24 horas, será mais vantajoso.

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Tempo de Qualidade x Tempo em Quantidade

Ultimamente temos ouvido falar que o que importa mesmo é tempo de qualidade. Para mim, essa é uma justificativa rasa de quem não sabe o que é aproveitar o tempo de verdade… Se seguiremos essa lógica, quer dizer que é preciso que eu passe poucas horas, porém bem aproveitadas, fazendo o que goste para ser feliz, mesmo que isso represente apenas 1/24 do tempo do meu dia: isso mesmo, apenas uma hora durante as 24 que tenho disponíveis diariamente. 

Contrário a isso, defendo a máxima de que quantidade de tempo é o que garante a qualidade do mesmo. Sabe por quê?

Vou lhe dar um exemplo pessoal. Antes de me mudar para os Estados Unidos, morava no Rio de Janeiro (RJ) com minha esposa e viajava para visitar minha família que mora em Santa Catarina (SC). Antes de chegar, já definia o tempo que destinaria para cada um dos familiares e amigos. Almoçava com meus pais, passava na casa de alguns amigos, jantava com outros familiares e dormia na casa de outra pessoa. Ao retornar para o Rio, me sentia esgotado. Mesmo tendo a felicidade de ver quem amo, sentia que o final de semana tinha me cansado mais do que de fato me feito relaxar por estar com família e amigos.

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Comecei a perceber que quando recebia visitas no Rio de Janeiro (RJ), pelo mesmo período no qual ficava em Santa Catarina, o tempo era outro. Conseguia aproveitar muito mais. Era gostoso, fazíamos o que estávamos com vontade no momento, conversávamos sobre assuntos diversos com mais profundidade e leveza, justamente porque tínhamos tempo de quantidade . Resultado? Eu me sentia leve, feliz e quando a visita ia embora, não me sentia cansado e sim mais revigorado pelos momentos bons.

Percebi que tudo isso era, definitivamente, uma questão de tempo. Não ter tempo definido fazia com que aproveitássemos todas as oportunidades, nem que fosse apenas passar o tempo trocando o canal da televisão enquanto trocávamos ideias sobre a vida. A qualidade do tempo, nesses momentos, era diretamente impactada pela quantidade de tempo disponível. 

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Acelerar e desacelerar

Os processos da modernidade têm auxiliado a humanidade a usufruir melhor do tempo. Voltando ao caso do Whatsapp, hoje conseguimos escutar algo pela metade do tempo e consequentemente aproveitar o tempo de sobra com mais qualidade, certo? Era para ser assim, mas nem todos conseguem, porque não sabem gerir esse tempo de sobra para que de fato ele seja vantajoso. Sem contar que o tempo é acelerado para quem escuta, mas quem grava o áudio o faz no tempo real. Percebe o quão danoso esse tipo de prática é? Isso nos coloca em descompasso em um dos nossos principais diferenciais: a comunicação verbal.

Aceleramos o áudio para acelerar ainda mais a vida, quando na verdade, o que deveria acontecer era justamente o contrário. O áudio acelerado deveria existir para que pudéssemos aproveitar melhor a quantidade de tempo para interagir, conversar e aproveitar. 

Se você não souber os momentos certos de acelerar e desacelerar seu tempo e sua vida, quanto mais tecnologias surgirem, menos paciência terá, menor será sua qualidade de vida e menor será sua presença em cada um desses momentos.

Depois não adianta reclamar de ansiedade ou de estar sempre na correria. É você quem dita o ritmo em que deseja viver. Desacelerar nos momentos certos é uma porta aberta para que o tempo seja nosso amigo. 

Você tem feito isso durante sua semana? Comente aqui abaixo o que você tem feito para desacelerar o seu tempo de vez em quando.

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