Acordar, tomar banho, preparar o café e sair para trabalhar. Essa é uma rotina típica de muitas pessoas, ou melhor, era. A pandemia durou muito mais do que sequer imaginávamos e, desde o primeiro caso de Covid-19, o distanciamento social obrigou pessoas e empresas a adaptarem suas rotinas e a implementarem o home office. Após dois anos trabalhando em casa, empresas e profissionais vão retomando aos poucos as atividades presenciais, inclusive eu.
No meu último artigo de 2021, falei sobre como poderíamos nos planejar para 2022, já dando dicas de como eu faço isso todos os anos. Meu planejamento já estava organizado com base na informação de que em janeiro todos os profissionais da minha empresa retornariam às suas atividades do modo híbrido. Porém, já na arrancada precisei replanejar a rota da minha gestão do tempo ao saber que em função da nova variante permaneceríamos no modo home office.
Um lado do Rodrigo queria voltar, mas o outro, aquele que já tinha tido o gosto de ter uma rotina profissional ainda mais produtiva e um tempo de qualidade maior, gostou do imprevisto. Esse dilema me fez avaliar os prós e os contras do retorno aos trabalhos presenciais nas empresas em relação a gestão do tempo, produtividade, relações sociais, entre outros, os quais trago aqui para sua reflexão também.
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Benefícios do trabalho presencial
O contato humano é positivo para as relações sociais. A troca diária, a conversa no café e até mesmo a interação durante reuniões garantem uma eficiência maior do trabalho. Além disso, tenho a percepção de que o presencial aumenta o nosso comprometimento, porque as pessoas vivem o dia a dia da empresa e compreendem a realidade que está acontecendo. Novas ideias nascem a partir das relações coletivas, tirando as pessoas da sua comfort zone.
Quando estamos no ambiente corporativo, a presença física também auxilia a estar disponível quando mais precisamos de nosso trabalho. Sem falhas de conexões ou limites territoriais, a presença estimula um compartilhamento de diferentes opiniões que circulam em qualquer ambiente corporativo. Assim sendo, retornar ao ambiente de trabalho fomenta a troca, a conexão entre as pessoas e diminui as chances de acontecer o que aquela velha frase nos diz: “Quem não é visto, não é lembrado”. Estar presente pode abrir portas a você de maneira mais rápida. Pode ser que o seu nome na empresa já esteja muito bem consolidado, mas se ele estiver forte e ainda der as caras, a probabilidade de você ser chamado para participar de novos projetos e reuniões importantes é maior.
Sair de casa para trabalhar é, para muitas pessoas, um alívio e a retomada da proatividade, do bom desempenho, da felicidade. Já para outras, o home office se tornou tão necessário que retornar pode significar um empecilho ou até mesmo a saída da empresa.
O lado bom do home office
Nem todas as pessoas estão vendo a retomada das atividades presenciais com bons olhos. Isso porque se adaptaram muito bem com a rotina do home office.
Entre os lados positivos dessa forma de trabalho está a gestão do tempo. Sem precisar de deslocamento, é possível controlar melhor o tempo do dia e executar mais atividades ao longo do dia. Passar mais tempo com a família, perder menos tempo no trânsito, estudar mais, poder ficar em casa, e investir em outras possibilidades. Todas essas são vantagens para quem prefere o trabalho remoto.
Mas aqui entre nós: você está conseguindo atingir mais metas pessoais ou desfrutar do ócio produtivo sem culpa ou estar em casa só aumentou a sua sensação de improdutividade?
Como conciliar os dois para beneficiar a produtividade?
Antes de implementar o retorno das atividades, muitas empresas perguntaram aos profissionais suas opiniões. Efetivamente, a dúvida é grande, porque existem lados prós x contras do retorno, e cada um de nós aprendeu a saber onde prefere trabalhar. Muitos dos meus mentorados, no início da pandemia, não gostavam da situação de trabalhar em casa. Mas depois que compreenderam que o fato deles não se habituarem estava relacionado a não fazer uma boa gestão de tempo, passaram a simpatizar com a nova forma de trabalho e alguns hoje nem querem mais saber do presencial.
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Acontece que não há como vivermos para sempre sem termos essa conexão presencial com quem trabalhamos. Mesmo que o profissional tenha uma atividade que depende apenas dele, a interação social pode ajudar a aliviar a cabeça, por exemplo, e aumentar o seu desempenho. Por isso, o sistema híbrido chegou a ser pensado por diversas empresas, mas como conciliar?
Organizações e profissionais devem manter o diálogo aberto para essa escolha e planos de atividades, visualizando o que é melhor para ambos os lados e incentivando as potencialidades de cada um. No meu caso, nós entraríamos em um modo de trabalho híbrido no qual não apenas o número de dias na empresa seria reduzido, mas também a carga horária. Ao invés de trabalhar das 8h às 17h, seria encorajado que estivéssemos na empresa das 9h às 15h, já que a empresa entende que a maioria também acaba trabalhando em horários extras, como é natural em um ambiente de multinacional com diferenças de fuso. Ou seja, um tempo suficiente para mantermos o foco, realizarmos as demandas com uma maior produtividade, tendo interação e sem desgaste. Pelo menos é o que imagino que vá acontecer comigo quando pudermos iniciar esse formato.
2022 ainda promete ser um ano de testes em relação a qual modo de trabalho gera maior produtividade e qualidade de vida. Tanto o home office, quanto o presencial oferecem benefícios, a questão é saber até que ponto os cenários geram mais benefícios do que prejuízos profissionais e pessoais.
Qual deles você acredita que terá maior aderência em 2022?