Viver mais ou viver bem? Esse é um questionamento que, dependendo da resposta, faz você direcionar ou redirecionar aspectos da sua vida. A dualidade entre viver mais tempo ou viver muito bem o tempo que tiver remete a história de Jeanne Louise Calment, uma francesa que viveu (segundo registros) 122 anos e 164 dias, alcançando a marca de pessoa que mais viveu no mundo.
Apesar das controvérsias sobre a história da francesa e se ela realmente viveu todo esse tempo, percebemos que ela teve uma vida pacata, com limitações e poucas histórias para contar. Aí fica o questionamento, é melhor viver 122 anos pacatos ou viver menos e com muitas histórias para serem compartilhadas?
Quando comecei a refletir sobre esse assunto, passei a dar mais prioridade ao modo como fazia a gestão do meu tempo e do equilíbrio da minha vida. Isso permitiu que eu pudesse aproveitar o máximo que posso para viver mais e bem, e vou explicar o porquê.
Expectativa de vida em alta
Há tempos que a expectativa de vida vem aumentando significativamente. Em 50 anos, a expectativa de vida do brasileiro aumentou de 54 para 74 anos, e ela vem subindo ano após ano.
Outro índice que requer atenção é a queda na mortalidade infantil. Em países desenvolvidos o número é de três mortes para cada mil nascidos vivos. O Brasil, que na década de 1980 tinha 69,1 óbitos para cada mil nascidos vivos, em 2018 reduziu essa marca para 12,4 (dados do IBGE).
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Em meio à pandemia, a saúde foi uma premissa para continuar a longevidade. As campanhas do governo diziam: se você quer manter vivo quem você ama, bem como as pessoas mais velhas e com comorbidades, deve se manter em isolamento/distanciamento social, higienizar as mãos, usar máscaras, etc. Depois vieram as vacinas, com prioridade para essas mesmas pessoas. E novamente aumentamos a expectativa de vida das pessoas. Nada contra, é claro. Sou super a favor da priorização aos mais velhos. Apenas quero provocar a reflexão sobre a maneira como estamos incorporando esse aumento na expectativa de vida em nossas próprias vidas.
Do ponto de vista social, essa vida mais longa traz consequências para diferentes setores, incluindo a economia, saúde, lazer, etc. São gastos a mais com remédios, aposentadoria, programas de idosos, etc. Temos a intenção de viver mais e melhor, unindo as duas premissas dessa nossa conversa: viver mais e viver bem.
Saiba o porquê comparar-se com o outro prejudica seu equilíbrio de vida.
O que o futuro reserva para viver mais?
No livro “Admirável mundo novo“, uma das grandes distopias da história, Aldous Huxley propõe uma sociedade com seres humanos criados em laboratório, em um contexto livre de pestes ou doenças em que as pessoas não envelhecem. No livro, a morte é tratada como um sentimento bonito e não existe tristeza ou dor. Mesmo assim, o enredo mostra as dificuldades das relações em um mundo tão “perfeito”.
Exemplar que ganhei da minha esposa Natalia – Fonte: Acervo Pessoal Rodrigo Barreto
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Parece uma realidade absurda e longe da nossa própria dimensão. Mas como uma distopia clássica, consegue explorar algumas dessas ideias que já fazem parte da nossa própria história.
Prova disso é que alguns países já possuem políticas de seleção natural através do aborto de determinados casos. Aqui no Texas eu fiquei surpreso (para não dizer assustado) quando soube que um feto poderia ser vítima de aborto caso diagnosticado com síndrome de down antes da semana 20 de gestação, por exemplo. Já pensou nisso?
Vários países da Europa seguem políticas semelhantes. A Noruega, que tanto citamos como modelo de sociedade perfeita, está em vias de erradicar a síndrome de down às custas de políticas controversas como essa. A Islândia segue o mesmo caminho.
Até que ponto vale essa escolha? Quais são os limites éticos de “ser” humano?
Será que estamos caminhando para esse caminho obscuro em que o controle de quem nasce, por que nasce e como nasce farão parte da nossa rotina? Até que ponto vale ter uma vida mais longa se não pudermos aproveitar a vida como tal e lidarmos com todas as surpresas que nos reserva?!
O legal da vida está em lidar com as dificuldades. É assim que crescemos e nos desenvolvemos. Se o preço para viver mais consiste em ultrapassarmos os limites da tecnologia para interferir em limites éticos, talvez não valha a pena viver mais.
Não seria mais oportuno fazer uma gestão do tempo eficiente para aproveitar melhor seus dias, com quem você ama e também impactar no sucesso da sua carreira? Comenta aqui abaixo qual sua opinião sobre isso.