Há dois meses escrevi um post que acabou viralizando no LinkedIn com um tema que é um desafio na relação entre pessoas e empresas: a transparência de informações. Não me refiro aos dados relacionados à alguma atividade ou trabalho interno que está sendo feito, mas às informações que muitos profissionais acabam omitindo ou mesmo mentindo no ambiente de trabalho pelo receio de serem julgados ou impedidos de fazer determinada ação.
O post viralizou porque fui bem sincero ao dizer que nunca menti para os meus chefes durante toda a minha jornada até aqui. Nem na época em que morava no Brasil e muito menos agora nos Estados Unidos. Se compararmos os dois países e maneiras de trabalho, é claro que temos duas realidades completamente distintas, mas lendo os comentários após publicar o conteúdo, percebi que as mentiras contadas no ambiente de trabalho para coisas comuns do dia a dia, como ir a médico ou dentista, ter que levar os filhos em uma consulta ou até mesmo sair para fazer uma entrevista em outra empresa podem nos ensinar bastante sobre gestão do tempo e produtividade.
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Qual a relação da mentira no ambiente de trabalho com a gestão do tempo?
Todo mundo, em algum momento, já ficou com frio na barriga antes de pedir para sair mais cedo ou chegar mais tarde no trabalho. Muitos deixam o medo vencer e não fazem a solicitação, outros, após tomarem coragem, pedem, mas percebem que o “sim” veio com um julgamento. Quando essas duas situações acontecem com frequência, somos engolidos pelo fluxo automático e deixamos de cuidar de nós mesmos para evitar desconfortos no ambiente de trabalho. Contudo, tudo o que fazemos e tomamos como decisão em nossas vidas acaba influenciando outras questões do nosso dia a dia.
A partir do momento que se começa a mentir no ambiente de trabalho para não sofrer julgamento e perda de confiança, os profissionais tendem a evitar cada vez mais conflitos dentro das empresas e passam a dizer “não” cada vez menos.
- “Você pode ficar até mais tarde para terminar o projeto hoje?” “Sim”
- “Tem uma reunião urgente daqui uma hora e preciso que você esteja presente, você pode?” “Sim”
- “Marquei uma reunião com o cliente para amanhã, você pode entregar o material que era para semana que vem ainda hoje para eu dar uma olhada?” “Sim”
Note que os exemplos acima podem não parecer tão problemáticos, afinal, imprevistos acontecem e temos que ter um planejamento para saber lidar com eles. A questão é que não dizer “não” pode sim prejudicar a sua produtividade e entrega daquilo que foi planejado, podendo ter um prejuízo muito maior do que o olhar torto do chefe se tivesse dito que não poderia fazer o solicitado no tempo ou dia exigido. Eu sei como é difícil falar isso. Por mais que tenha sido transparente com todos os meus chefes até hoje, já tive muita dificuldade em dizer “não” e lá no início da minha carreira pegava para mim muito mais demandas do que podia dar conta, até eu entender que o que faltava para mim era organização de tempo.
Quer saber sobre a minha mentoria de gestão do tempo e produtividade?
Saber dizer “não” é saber planejar o seu tempo
Meus mentorados e quem me acompanha por aqui sabem que dou muita importância a viver o presente e não ficar tão fixo no futuro, mas nesse caso, é preciso sim olhar lá para frente e ter ciência das consequências daquele “não” não dito.
Quando você entende como fazer isso, a separar o seu dia por prioridades e ter consciência do que pode ou não ser adiado, sabendo que poderá haver imprevistos, fica muito menos complexo dizer “não”. Pode ser que ao fazer isso o outro lado não goste? Sim, sempre haverá essa possibilidade, mas você estará bem consigo mesmo pois seguirá com o plano da sua agenda, sem perda de produtividade e, principalmente, com menor probabilidade de angústias e ansiedade.
Sua gestão do tempo está estruturada para que você saiba dizer “não” quando necessário?